Ano 2018
Racismo e Psicanálise em Produções Acadêmicas
Autor: Rafael Aiello Fernandes
Orientadora: Tania Maria José Aiello Vaisberg
Resumo:
A presente tese aborda a temática do racismo enquanto sofrimento socialmente determinado, visando produzir conhecimentos que contribuam para o enfrentamento desse grave problema brasileiro. Partindo dos fundamentos e dos pressupostos da psicanálise concreta, objetiva examinar criticamente quatro teses e uma dissertações, produzidas em programas de pós-graduação brasileiros, entre 1945 e 2015, que investigaram o racismo a partir de perspectivas psicanalíticas. Organiza-se metodologicamente por meio de leituras que conjugam apreciações teórico-metodológicas dessas obras com sua contextualização histórica em termos do movimento negro e dos debates sobre racismo no âmbito das ciências sociais. O quadro geral revela convergência dos autores quanto ao fato do racismo corresponder a fenômeno social que provoca sofrimento emocional importante. Por outro lado, indica discordâncias quanto ao modo mediante o qual o saber psicanalítico poderia contribuir com um processo de superação do racismo, na medida em que é concebido como fecundo na demonstração de efeitos subjetivos, mas não clinicamente relevante. Provavelmente, essa visão se firma sobre um conservadorismo, que pensa o uso da psicanálise na clínica dentro dos estreitos limites do enquadre padrão, forjado para o atendimento individual de neuróticos, mas desconhece a fecundidade da psicologia clínica social.
Palavras-chave: Negros, Racismo, Sofrimento, Psicanálise brasileira, Psicologia clínica social
Fernandes, Rafael Aiello. (2018) Racismo e Psicanálise em Produções Acadêmicas. (Tese de Doutorado em Psicologia). Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Centro de Ciências da Vida, Pontifícia Universidade Católica de Campinas. 171p.
A experiência vivida por mulheres idosas como sofrimento social
Autora: Roberta Elias Manna
Orientadora: Tania Maria José Aiello Vaisberg
Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo investigar a experiência vivida por mulheres idosas. Justifica-se na medida em que há fortes indícios de que o envelhecimento da população feminina seja subjetivamente vivenciado como condição na qual se articulam, interseccionalmente, opressões de gênero, idade e classe social. Organiza-se metodologicamente como pesquisa qualitativa empírica com o método psicanalítico e caracteriza-se como estudo psicossocial, procurando investigar os modos pelos quais processos emocionais e sociais implicam-se mutuamente. Centra-se no estudo de casos selecionados dentre aqueles atendidos durante doze anos de trabalho em instituição de saúde pública especializada na atenção à saúde de idosos. Considerado à luz do método psicanalítico, esse material possibilitou a produção interpretativa de quatro campos de sentido afetivo-emocional, denominados: Sofrendo a Decadência do Corpo, Sofrendo por Ser Mulher, Sofrendo pela Solidão e Sofrendo na Cidade Grande. O quadro geral permite a proposição de que, apresentando-se fortemente marcada por sentimentos de desamparo, humilhação e injustiça, a experiência vivida pelas participantes deve ser compreendida não apenas como intimamente associada às mudanças corporais, características do processo de envelhecimento, mas também como sofrimento subjetivo socialmente determinado, demandando uma clínica compreensiva, que seja sensível ao padecimento e atenta às condições concretas de vida
Palavras-chave: Experiência vivida, Idosos, Interseccionalidade, Mulheres, Sofrimentos sociais
Manna, R. E. (2018). A experiência vivida por mulheres idosas como sofrimento social. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. 163 p.