Dissertações

2014

A História da Menina-Morta: Des(esperança) de adolescentes em situação de precariedade social

Autora: Tomíris Forner Barcelos
Orientadora: Tania Maria José Aiello Vaisberg

Resumo:
Visamos, ao realizar a presente pesquisa, investigar psicanaliticamente a experiência emocional de adolescentes que defrontam-se com situações de morte de coetâneos com os quais convivem proximamente. A partir de uma rede de contatos institucionais, derivados de pesquisas anteriores,
realizadas nos últimos cinco anos, obtivemos informação acerca da ocorrência de um acidente que vitimou uma adolescente. Contatamos a organização não governamental, dedicada ao cuidado de adolescentes de favelas, em que a vítima frequentava atividades grupais. Organizamos a investigação distinguindo, metodologicamente, procedimentos investigativos de configuração, registro e interpretação do acontecer com os participantes e procedimento investigativo de interlocução reflexiva.
Configuramos dois tipos diferentes para esses encontros: visitas institucionais e entrevista coletiva estruturada ao redor do uso do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema. Elaboramos, posteriormente, narrativas transferenciais que, consideradas conjuntamente com os desenhos e histórias, permitiram a produção interpretativa de quatro campos de sentido afetivo-emocional ou inconscientes relativos: “Quem será o próximo?”, “Preso no acontecer”, “Mais do mesmo” e “Por nossa conta e risco”. Finalizando o trabalho, estabelecemos interlocuções reflexivas que nos levam a considerar que a
experiência de morte de coetâneos tende a ser significada em sentido que reforça crenças na impossibilidade de futuro favorável e esperançoso. Tais crenças associam-se à percepção clara de sua inserção social desfavorecida em um país periférico do capitalismo globalizado. O quadro geral requer ações afirmativas, favorecendo a constituição de ambientes familiares e sociais que possam sustentar o amadurecimento pessoal segundo uma ética de respeito à vida humana.

Palavras-chaves: adolescência, experiência emocional, morte, Procedimento Desenho-Estória com Tema, Favela

BARCELOS, T. F. A (2014) História da Menina-Morta: (Des)esperança de adolescentes em situação de precariedade social. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica). Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. 120p.

Dissertação de Tomíris Forner Barcelos, intitulada “A História da Menina Morta: (des)esperança de adolescentes em situação de precariedade social”, defendida em 26 de maio de 2014 no IPUSP


Sonho desfeito: anencefalia e experiência emocional dos pais

Autora: Walkiria Cordenonssi Cia
Orientadora: Tania Maria José Aiello Vaisberg

Resumo:

O desenvolvimento tecnológico contemporâneo permite a detecção precoce de malformações fetais, tais como a anencefalia, que inviabilizam a sobrevivência do bebê. Tal constatação implica imediata revelação diagnóstica aos pais, que deverão decidir pela continuidade ou interrupção da gravidez. O presente trabalho tem como objetivo investigar a experiência emocional de casais que se deparam com o diagnóstico de anencefalia fetal, tendo em vista trazer subsídios para um melhor atendimento psicológico. A investigação organizou-se como pesquisa qualitativa, com método psicanalítico, estruturada ao redor de procedimentos investigativos de acesso, registro, interpretação e interlocuções reflexivas sobre atendimentos clínicos. A partir de sessões com casais parentais, realizadas ao longo de oito anos, foram elaboradas duas narrativas transferenciais ficcionais, que preservam elementos essenciais da dramática em pauta. Uma das narrativas aborda uma situação de opção por interrupção gestacional, enquanto a outra focaliza uma decisão de continuidade. Os procedimentos interpretativos permitiram a “criação/encontro” dos seguintes campos de sentido afetivo-emocional ou inconscientes relativos: É um pesadelo?, Quem ou o quê está aí?, É preciso decidir. O quadro geral aponta que grande parte do trabalho clínico tem lugar num campo bastante singular, É preciso decidir, que se define pela urgência de tomada de decisão relativa à eventual interrupção de processos vitais. O campo É um pesadelo? aponta para o fato deste tipo de revelação diagnóstica, derivada do uso de uma tecnologia, que detecta problemas que não estão sendo vivenciados como sinais ou sintomas físicos, gerar muito frequentemente reações dissociativas, cujo manejo torna-se, assim, clinicamente indispensável. O outro campo, Quem ou o quê está aí?, assume uma posição de centralidade, nesta clínica, na medida em que porta consigo uma interrogação radical acerca do estatuto ontológico do feto, vivido como um bebê ou como um não-bebê. Uma compreensão sensível e atenta acerca dos diferentes modos como cada casal habita este campo parece fundamental para a provisão de um cuidado psicoterapêutico.

Palavras-chave: Anencefalia, Atendimento Psicológico, Interrupção da Gestação, Parentalidade, Pesquisa Psicanalítica

Cia, W. C. (2014) Sonho desfeito: anencefalia e experiência emocional dos pais. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica). Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. 114p.


Problemáticos ou invisíveis: o imaginário coletivo de idosos sobre adolescentes

Autora: Natalia Del Pontes de Assis
Orientadora: Tania Maria José Aiello Vaisberg

Resumo:
Objetivamos, na presente pesquisa, que se insere no contexto dos estudos sobre relações intergeracionais e sobre preconceitos contra adolescentes, investigar psicanaliticamente o imaginário coletivo de idosos sobre adolescentes dos dias de hoje. Entrevistamos, individualmente, seis idosos, utilizando o Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema. Registramos tais encontros de memória, em momento posterior, por meio da elaboração de narrativas transferenciais. A consideração psicanalítica do conjunto das narrativas, dos desenhos e das histórias permitiu a produção interpretativa de dois campos de sentido afetivo-emocional, ou inconscientes relativos: Seres Problemáticos e Seres Negados . O quadro geral indica que os participantes tendem a imaginar os adolescentes como pessoas problemáticas, seja vendo-os como vítimas da falta de apoio dos adultos, seja considerando-os como seres intrinsecamente negativos. Ou, então, negam a adolescência, no sentido de não reconhecerem os adolescentes como coletivo social passível de ser identificado. Concluímos que prevalece, portanto, uma visão que pode ser considerada preconceituosa, justificando a realização de novas investigações.

Palavras-chave: Adolescentes, Idosos, Imaginários coletivos, Relações intergeracionais

Assis, Natalia Del Pontes de (2014). Problemáticos ou Invisíveis: O Imaginário Coletivo de Idosos sobre Adolescentes. (Mestrado em Psicologia como Profissão e Ciência) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Centro de Ciências da Vida, Pontifícia Universidade Católica de Campinas. 109p.

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