A difícil notícia do diagnóstico da síndrome de imunodeficiência adquirida para jovens: considerações psicanalíticas com base na perspectiva winnicottiana
Vera Lucia Mencarelli, Lilia Sabião Batisdas, Tania Maria Jose Aiello Vaisberg
Resumo
O aumento da sobrevida de pacientes soropositivos com síndrome de imunodeficiência adquirida trouxe novos desafios para a clínica psicológica. A tarefa de comunicação do diagnóstico dessa infecção para crianças e jovens é um desses desafios. Essa questão foi abordada à luz de uma discussão sobre os conceitos winnicottianos de interrupção da continuidade de ser e de experiência completa. O trabalho insere-se em uma proposta de estudo de caso com base na narrativa psicanalítica. Os resultados permitem concluir que o processo de revelação diagnóstica pode ter seu impacto traumático atenuado quando familiares e a equipe cuidadora atuam no sentido de prover a sustentação emocional necessária para o paciente. Desse modo, favorece-se a vivência de uma experiência de aproximação da difícil verdade, que deixará de transformar-se, necessariamente, na supressão da possibilidade de a criança ou de o jovem se sentirem vivos, reais, integrados e espontâneos.
Palavras-chave: Psicanálise, HIV/AIDS, Trauma, Intervenção psicoterapêutica
Como citar – How to cite this paper
Mencarelli, V, Batisdas, L. S., & Vaisberg, T. M. J. A. (2008). A difícil notícia do diagnóstico da síndrome de imunodeficiência adquirida para jovens: considerações psicanalíticas com base na perspectiva winnicottiana. Psicologia: teoria e prática, 10(2), 106-120.
A experiência emocional do estudante de psicologia frente à primeira entrevista clínica
Diana Pancini de Sá Antunes Ribeiro, Miriam Tachibana, Tania Maria José Aiello Vaisberg
Resumo
Focalizando o momento em que os alunos de Psicologia vivenciam suas primeiras entrevistas clínicas, foi concebida uma estratégia investigativa-interventiva, baseada no uso do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema (PDE com Tema), através do qual os estudantes realizaram, individualmente, desenhos e histórias sobre “um aluno em sua primeira experiência psicanalítica com criança”. O conjunto das produções foi psicanaliticamente analisado em busca da captação de campos psicológicos não conscientes, segundo os quais se organiza o imaginário coletivo. Encontramos os campos “o paciente ideal”, “o terapeuta expert”, “a possibilidade de rejeição” e “o encontro com o outro”, que acabam sustentando um imaginário coletivo, a respeito das primeiras entrevistas clínicas, marcado pelas sensações de despreparo e de mal-estar emocional, o que nos leva a conceber a supervisão como espaço que deve integrar conhecimento teórico e função de holding.
Palavras-chave: Formação do psicólogo clínico, Imaginário coletivo, Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema.
Como citar – How to cite this paper
Ribeiro, D. P. S. A., Tachibana, M. & Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2008). A experiência emocional do estudante de psicologia frente à primeira entrevista. Revista Aletheia, (28), 135-145.
Qual é o lugar do aluno com deficiência? O imaginário coletivo de professores sobre a inclusão escolar
Camila Ferreira de Ávila, Miriam Tachibana, Tania Maria José Aiello Vaisberg
Resumo
Este trabalho objetivou a investigação psicanalítica do imaginário coletivo de professores de ensino superior sobre inclusão escolar. Foi realizada uma entrevista grupal para abordagem da pessoalidade coletiva, com 12 docentes dos cursos de Letras e de Pedagogia. Para tal, utilizou-se o Procedimento Desenhos-Estórias com Tema como recurso mediador-dialógico, cabendo a cada professor produzir, individualmente, desenhos e histórias sobre o tema “aluno de inclusão”. A partir deste material, analisado à luz do método psicanalítico, foram captados quatro campos psicológicos não conscientes: “o menino de sua mãe”, “(in)capacidades”, “onde está Wally?” e “a dor e a delícia”. Em seu conjunto, tais campos revelaram a angústia despertada pelo processo de inclusão escolar nos professores que, em seu imaginário, concebem que o aluno com deficiência deve ser cuidado por sua mãe. Desse modo, compreende-se que o processo de inclusão demanda, além de informações técnicas, um espaço de cuidado emocional a estes profissionais.
Palavras-chave inclusão escolar, desenho, imaginário coletivo
Como citar – How to cite this paper
Ávila, C. F., Tachibana, M. & Vaisberg, T. M. J. A. (2008). Qual é o lugar do aluno com deficiência? O imaginário coletivo de professores sobre a inclusão escolar. Revista Paideia, Ribeirão Preto, V.18, n(39), 155-164.
https://doi.org/10.1590/S0103-863X2008000100014