Artigos Publicados em Revistas Científicas

Imaginários de mulheres que sofreram perda gestacional

Carlos Del Negro Visintin, Gisele Meirelles Fonseca Inacarato, Tania Maria José Aiello-Vaisberg

Resumo:
Inserido num conjunto maior de pesquisas sobre sofrimentos maternos, entendidos como socialmente determinados, este estudo objetiva investigar o imaginário coletivo de mulheres que sofreram perda gestacional, sobre esta ocorrência, na perspectiva da psicologia psicanalítica concreta. Justifica-se na medida em que pode lançar luz sobre uma situação relevante na clínica psicológica da maternidade, favorecendo a prática clínica em vertentes preventivas e interventivas. Organizada como pesquisa qualitativa com uso do método psicanalítico, esta investigação utilizou, como material, postagens em blogs brasileiros de 15 mulheres que relatam terem sofrido perda gestacional. A consideração psicanalítica dos escritos permitiu a produção interpretativa de dois campos de sentido afetivo-emocional: “É culpa da mãe” e “Vazio eterno”. O quadro geral indica mulheres que sofrem perda gestacional tendem a habitar imaginários coletivos de acordo com os quais seriam as únicas responsáveis pelo ocorrido, o que provoca sentimentos de culpa e de vazio existencial.

Palavras-chave: maternidade, método psicanalítico, imaginários coletivos

Como citar – How to cite this paper
Visintin, C. D. N., Inacarato, G. M. F. & Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2020). Imaginário de mulheres que sofreram perda gestacional. Revista Estilos da Clínica. V. 25(2), 193-209
http://dx.doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i2p193-209


Imaginário de profissionais de saúde sobre mães de bebês disponíveis para serem adotados

Marcela Casacio Ferreira-Teixeira, Carlos Del Negro Visintin, Tania Maria José Aiello-Vaisberg

Resumo
Esta pesquisa objetiva investigar o imaginário coletivo de profissionais de saúde sobre mães biológicas de bebês disponíveis para serem adotados, justificando-se na medida em que pode produzir conhecimento clinicamente relevante na área da Psicologia. Articula-se metodologicamente por meio do uso do procedimento de desenhos-estórias com tema em dez entrevistas individuais, registradas sob a forma de narrativas transferenciais. A consideração psicanalítica do material permitiu a produção interpretativa de dois campos de sentido afetivo-emocional: “mãe vítima” e “mãe desnaturada”. O quadro indica a coexistência de imaginário conservador, baseado na condenação da mulher, com imaginário mais compreensivo e solidário, de reconhecimento das adversidades enfrentadas por pessoas que vivem em situações de precariedade social que dificultam o cuidado dos filhos. Quando comparados com outras pesquisas, os resultados encontrados podem ser pensados como indícios de que uma mudança no imaginário dos profissionais se encontra em curso.

Palavras-chaves: separação mãe-bebê, abandono infantil, adoção, imaginário coletivo, profissionais da saúde

Como citar – How to cite this paper
Ferreira-Teixeira, M. C.; Visintin, C. D. N., & Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2020). Imaginário de profissionais de saúde mental sobre mãe de bebês disponíveis para serem adotados. Psicologia em Revista. V. 25 (3).
https://doi.org/10.5752/P.1678-9563.2019v25n3p1194-1212


Maternidade e Sofrimento Social em Tempos de Covid 19: Estudo de Mommy Blogs

Tania Maria José Aiello-Vaisberg, Sueli Regina Gallo-Belluzzo, Carlos Del Negro Visintin

Resumo:
Circulam socialmente, em nosso país, imaginários coletivos, segundo os quais a mãe
biológica seria a melhor cuidadora dos filhos. Tais crenças têm gerado problemas na
medida em que um grande número de mães, que vive conjugalmente ou como único
adulto da casa, encontra-se, atualmente, inserida no mundo laboral. Suas dificuldades
cotidianas, geradoras de sofrimentos emocionais socialmente determinados,
apresentam-se amplificadas, em função de medidas de isolamento com vistas ao
enfrentamento da epidemia por COVID-19. Justifica-se desse modo a realização do
presente estudo, que tem como objetivo investigar a experiência vivida de mães durante
a vigência do isolamento social. Metodologicamente, o estudo articula-se como
pesquisa qualitativa com uso do método psicanalítico, usando, como material, postagens
de três mães que tematizam manifestamente a questão em estudo. Como resultado, a
consideração psicanalítica do material permitiu a enunciação de resultados
interpretativos de acordo com os quais as manifestações das internautas emergem a
partir de dois campos de sentido afetivo-emocional, “Fazendo tudo e mais um pouco” e
“Meu filho, minha felicidade”. Quando se busca aprofundar os resultados interpretativos
com contribuições winnicottianas, que articulam as capacidades humanas de
criatividade e cuidado, pode-se considerar que experiências maternas vividas como
sofrimentos sociais podem ser amenizadas. Tal consideração ocorre, na medida em que
a organização de cuidados infantis, conhecida como maternidade, puder ser
parcialmente substituída por práticas que envolvam a participação engajada de outros
adultos, pertencentes a redes familiares ampliadas e a redes comunitárias.

Palavras-chave: COVID-19, Maternidade, Pesquisa Qualitativa

Como citar – How to cite this paper
Aiello-Vaisberg, T. M. J., Visintin, C. D. N., & Gallo-Belluzzo, S. R. (2020). Maternidade e Sofrimento Social em Tempos de Covid 19: Estudo de Mommy Blogs. preprints.scielo.org.


Mulher, mãe e filha cuidadora: imaginários coletivos sobre relações intergeracionais

Natália Del Pontes de Assis, Carlos Del Negro Visintin, Andrea de Arruda Botelho Borges, Tania Maria José Aiello-Vaisberg

Resumo:
Inserindo-se no contexto de trabalhos científicos que vêm abordando o fenômeno, cada vez mais ampliado, de possibilidade de convivência entre diferentes gerações, em vários âmbitos sociais e institucionais, esta pesquisa tem como objetivo investigar imaginários coletivos sobre relações intergeracionais. Configura-se metodologicamente por meio da abordagem psicanalítica de um curta-metragem disponível na internet. Exposições dos pesquisadores ao material, em estado de atenção flutuante e associação livre de ideias, permitiram a produção de três campos de sentido afetivo-emocional: “Sentidos para o viver”, “Sobra tudo para mim” e “Mulher/mãe/filha cuidadora”. Tais campos revelam a prevalência de crenças imaginativas segundo as quais a convivência entre avós e netos seria lúdica e promoveria aprendizagens significativas, desde que sustentada por uma adulta capaz de cuidar de todos. O quadro geral indica que relações saudáveis entre crianças e idosos requerem sustentação em termos do suprimento de suas necessidades materiais e afetivas, o que tende a permanecer sob responsabilidade de mulheres-mães-filhas que se encarregam do sustento financeiro, das tarefas domésticas e dos cuidados com os familiares.

Palavras-chaves:  idosos; mulheres; relações intergeracionais; imaginários coletivos; psicanálise

Como citar – How to cite this paper
Assis, N. D. P., Visintin, C. D. N., Borges, A. A. B., & Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2020). Mulher, mãe e filha cuidadora: imaginários coletivos sobre relações intergeracionais. Revista Psicologia Clínica,  32(2), 213-230.

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